quarta-feira, 24 de junho de 2009

terça-feira, 23 de junho de 2009

Palavras.
(Glória Salles)

Perco-me quando escrevo...
Me perderia de qualquer forma.
Afinal, tudo é perda...
E calar é muito mais...
Escrevo porque preciso.
Escrever é como droga.
Vício do qual não me abstenho,
e no qual vivo.
É como veneno necessário.
Se compõe de fragmentos do sentimento.
Nos recantos dos sonhos é colhido.
Das margens bucólicas dos rios da alma.
Essas águas deixo escorrer por meus dedos.
Não quero o silêncio...
Por isso...

Que meu coração jamais se cale.
E o que eu não ouso dizer...

Isso ele fale.
E que o faça claramente.
Nunca com ambigüidade...
E sejam suas palavras, como rio
Que incógnito nasceu,
Cuja maré alta transforma em foz.

VERBO SER.

(Carlos Drummod de Andrade)
Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.
Poesia
(Carlos Drummond de Andrade)

Gastei uma hora pensando em um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Essa não é a sua vida!

Roubar
Subtrair uma parte qualquer
Da metade do que não é nada
A não ser um pedaço qualquer de alguém.
Matar
Subitamente apagar dessa vida
Um pedaço que é nada mais
Que uma parte qualquer
Da metade do que não é nada
A não ser um pedaço qualquer de alguém.
Viver
Repetir todo o dia a tarefa
De ser um a mais
Uma parte qualquer da metade
Do que não é nada a não ser alguém.
Morrer
Simplesmente sair dessa vida
E deixar para sempre de ser
Um a mais e de ser
Uma parte qualquer da metade
Do que não é nada a não ser alguém.
Números, números, números
O que é? o que são?
O que dizem sobre você?
Essa não é a sua vida,
essa não é a sua história!
Sentir
Sente-se que a metade
De vinte por cento
Dos vinte milhões de mulheres
No mundo não sentem nenhum prazer.
Saber
Sabe-se que o total de pessoas
Que sabem o que é o amor
É igual a metade
Dos que já não sabem
O que é amar.
Falar
Fala-se que só metade
Dos homens que sabem falar
Realmente não falam aquilo
Que sentem e falam e falam.
Pensar
Pensa-se que uma parte
Daqueles que pensam
É só a metade dos vinte por cento
Que pensam naquilo
Que é bom pra si.
Números, números, números
O que é? o que são?
O que dizem sobre você?
Essa não é a sua vida,
essa não é a sua história!
[Papas da língua]

segunda-feira, 15 de junho de 2009

quinta-feira, 11 de junho de 2009

O que é gramática normativa?

É a gramática que procura mostrar as regras gramaticais de uma língua, colocando suas prescrições como a maneira "certa" de realização da língua, transformando as outras formas possíveis como "erradas". Ela é dividida em fonoligia, morfologia e sintaxe.

* Fonologia: fonemas, letras, pontos de articulação. Pode ser ortoépia, prosódia ou ortografia.

* Morfologia: (forma) – estuda a composição dos vocábulos, estudo das classes de palavras e gramaticais.

* Sintaxe: relação entre as palavras de uma oração ou relação entre as orações de um período. Pode ser de concordância, de regência, de colocação ou pronominal.

O que é gramática descritiva?

É a gramática que mostra as regras de como a língua deve ser falada. Ela não tem como objetivo mostrar o que é "certo" ou "errado", e sim, de mostrar todas as possíveis formas de expressão existentes e verificar por quem e quando foram feitas.

Indivíduo revoltado!

A visão social existente na época em que Billy viveu não é muito diferente da atual. É claramente perceptível o preconceito que existe quando decidimos lutar por nossos sonhos sem nos importar com as “regras da sociedade”, regras essas que foram grosseiramente criadas tendo como principal conceito o pensamento machista e feminista que segue o princípio de que a sociedade é dividida em coisas de mulher e coisas de homem.
Por que balé é só para meninas? Por que homem que usa rosa é gay? Por que mulher que joga futebol é considerada “machona”? A resposta é simples e única, porque estamos sendo educados para seguir as regras que dizem como e o que cada um deve fazer, e acusamos preconceituosamente as pessoas que sigam um caminho diferente.
Temos que nos perguntar “quem foi que inventou essas regras?” “quem disse como cada um deve ser?” “o que é para homem e o que é para mulher?”
Nos mostramos preconceituosos, também, em relação a sensualidade bastante presente no filme entre o Billy e a amiga bailarina, e na simples “guerrinha de travesseiros” levamos a cena para o lado sexual.
Muitas relações são bastante afetadas por conta do preconceito, por exemplo, garotos não podem beijar seu pai na frente dos amigos; menino não pode abraçar outro menino; menina não deve gostar de carrinho, bola ou jogos de luta, e isso acontece porque as pessoas farão piadinhas.
Bom, segundo a Constituição nós somos “livres”, mas será que somos mesmo? Se for assim, por que não podemos fazer o que desejamos sem sermos taxados disso ou daquilo? Precisamos evoluir; tirar das nossas cabeças o maldito preconceito! Isso só acontecerá - se acontecer! -, quando todos resolverem criticar as pessoas que tenham preconceitos e não as que cometem os “atos errados”. Será que conseguimos?
É isso aí, vamos deixar de ser um bando de imitadores e partir para as nossas próprias escolhas. Vamos virar indivíduos revoltados, já que é assim que seremos considerados!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

NEGROS

O racismo, não está na cor.
Mas nos olhos do preconceito.
No coração do homem.
Homem: pobre animal irracional.
A cor da pele não te faz diferente.
mas especial, único.
Não somos uma raça, somos uma nação!
Parte do sistema.
somos: "o bloco dos excluídos".
Querendo gritar, desatar o nó da repressão.
Rasgar o verbo, disparar palavras.
Somos: "o exército dos figurantes".
Que cansaram de serem escondidos por trás das cameras.
Querendo sentir o gosto do protagonismo.
Nossas armas não matam, mas deixam feridos.
Ferimos os olhos dos que nos odeiam.
Não usando balas, mas a nossa verdade.
Dizem que a verdade dói, mas a mentira machuca mais.
A dignidade parece uma flor, que não desabrochou. Mas também não morre.
o sol nasce pra todos, mas a sombra só para alguns.
Minha consciência é negra.
Não minha cor, não minha pele.(a pele é a roupa da alma).
A ALMA NÃO TEM COR (LUTHER KING).
sou Luther King, Mandela, Zumbi, Pelé...
Sou negro, branco, amarelo, vermelho... sou BRASIL!
Que amanhã, o mundo acorde menos injusto.
Pra que eu possa dormir mas digno.

terça-feira, 2 de junho de 2009




"O último refúgio do oprimido é a ironia, e nenhum tirano, por mais violento que seja, escapa a ela. O tirano pode evitar uma fotografia, não pode impedir uma caricatura. A mordaça aumenta a mordacidade." - Por Millôr Fernandes

Está bem clara a crítica que ele faz à política, porém ele critica, também, os eleitores, que não fazem nada para obter seus direitos.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Resumo de citação: 'Dias de sombra, dias de luz'

1º Parágrafo. (linhas 3 a 8) "Será que somos uma aberração coletiva apelidada de nação? Será que somos uma civilização sem amanhã? Talvez sim, talvez não. Seja como for, para evitar o dano mais grave é preciso admitir o evidente: criamos uma sociedade inconseqüente que se vê a braços com o pior efeito da inconseqüência humana: a carnificina monstruosa, na qual crianças matam crianças, sem se dar conta da imoralidade do que estão fazendo."
2º Parágrafo. (linhas 11 a 15) "O adolescente que disse ignorar o que é a dor de perder um filho assassinado porque nunca teve filho, exibiu, sem se dar conta, sua patológica cegueira de valores. Mas, sobretudo, mostrou que nunca teve a chance de saber o que é um pai, uma mãe, um filho, enfim, o que é amar e perder um ser amado a quem se deu a vida."
3º Parágrafo. (linhas 19 a 22) "Apesar de não ter controle sobre as causas que o levaram a agir como agiu, o garoto é responsável pelo que fez, a menos que o consideremos um puro espectro humanóide, o que seria incomensuravelmente mais desumanizante."
3º Parágrafo. (linhas 25 a 27) "Conclusão: é nosso dever ético condenar e procurar mudar, por todos os meios possíveis, regimes socioeconômicos que favoreçam a formação moral de pessoas sem consciência do que seja crueldade."
5º Parágrafo. (linhas 42 a45) "Nossa tola vaidade nos faz pensar, muitas vezes, que “os outros”, os incultos ou conservadores, podem tropeçar na própria ignorância e não saber o que dizem ou dizerem “não sei”. Nós, não! Nós somos embaixadores do Iluminismo, do Humanismo ou de qualquer outro “ismo”."
5º Parágrafo. (linhas 51 a 53) "Acontecimentos extraordinários do ponto de vista moral podem, assim, fazer-nos hesitar quanto à propriedade e a natureza do que julgamos justo ou injusto."
5º Parágrafo. (linhas 57 a 62) "No caso de João Hélio, como decidir entre a piedade devida a cada um e a equanimidade devida a todos? O que é mais justo: pedir o endurecimento na punição do responsável pela morte de uma criança inocente brutalmente assassinada ou argumentar, em favor do adolescente assassino, que ele jamais teve condições de entender, por questões psicológico-sociais, que o direito à vida é uma prerrogativa de qualquer ser humano?"
8º Parágrafo. (linhas 89 a 93). "Mas agir e pensar com justiça não é questão de tomar partido; é questão de experimentação sócio-moral, como sustentaram James, Dewey, Rorty; é questão de apostar, sem garantias e com riscos de frustração, na boa-vontade de nossos parceiros de vida em comum; é questão, enfim, do “perigoso talvez”, tão repetido pelo saudoso Derrida."
12º Parágrafo. (linhas 144 a 148) "Eis uma das chaves da saída: um só mundo, um só povo. Com essa simples consciência, esses brasileirinhos decentes e encantadores mostram que possuem o senso de pertencimento a uma mesma comunidade de tradições, e, portanto, são capazes de reconhecer o direito dos demais ao mesmo respeito e oportunidade que lhes foram dados."
12º Parágrafo. (linhas 152 a 154) "Sonho de bobo alegre, dirão os cínicos. Talvez. Mas - plagiando a rústica Macabéia de Clarice Lispector -, sem esse sonho, viver serve pra quê?"